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Produtividade Compulsiva

  • Foto do escritor: Ricardo Backes
    Ricardo Backes
  • 13 de jul. de 2024
  • 4 min de leitura

Não conseguir parar de produzir é exaustivo e quando isso se torna uma constante na vida pode ser uma fonte de infelicidade, crises de pânico, ansiedade, uma forte autocobrança e sentimentos de culpa quando você tenta descansar ou parar para aproveitar a vida.


Isso que significa compulsão ou obsessão, entenda que isso não é uma escolha e sim um sintoma, como tossir quando se tem uma gripe, febre quando se tem infecção. Você não escolhe ter sintomas, eles lhe acontecem quando algo não vai bem.





O complexo se comporta de forma autônoma em relação às intenções do indivíduo. - Jung, Estudos Experimentais, parágrafo 1.352

Para entender melhor preciso explicar um pouco sobre complexos, claro que aplicado a produtividade compulsiva.


Um complexo é "feito" de um fundo emocional. Imagina um quarto cujo as paredes são vermelhas, esse é fundo afetivo. É uma emoção basal que recolhe ao redor de si ideias, perspectivas e pensamentos.


A emoção ocupa um lugar muito independente na constituição hierárquica da psique e pode facilmente quebrar o autocontrole e a autoconsciência do indivíduo - Jung, Estudos Experimentais, parágrafo 1.352 (grifos meus)

Justamente por essa razão, há partes de nossa mente/psique que escapam o nosso controle, mas elas tem o propósito de trazer equilíbrio tentando freiar sua atitude exagerada de produzir demais, esse freio é o sintoma, ele tenta corrigir o seu exagero.


Mas o sintoma também pode ser o oposto, lhe dando um ímpeto de energia e produtividade para acelerar o processo de exaustão, assim, você uma hora será obrigado a parar.


Um complexo de produtividade reúne uma lei própria que pode ser: "você só é alguém se produzir" e nisso moram diversas contradições.


No fundo pode haver um sentimento de que você é grande e que deveria ser destinado a grandes coisas: promoções, retorno financeiro, reconhecimento. Isso te impulsionará em uma atitude destrutiva, compulsiva que prejudica sua vida e sua saúde: "preciso alcançar essas metas a qualquer custo"


Isso também leva a um processo de pular de uma meta a outra sem refletir sobre como você está trabalhando, fazendo você perder eficiência, recursos, tempo e dinheiro. Também te torna incapaz de delegar coisas que você não precisa realmente fazer.


Na superfície se apresenta uma autodepreciação, autocobrança e culpa toda vez que você tenta parar, pois se parar você se torna um "nada". Então surgem pensamentos e/ou sentimento que pairam sobre você e dominando seu estado de humor.


É uma amargura, um ressentimento de não ser tão "grande" como você imaginou que deveria ser, seja em produtividade ou em resultados.


Seus esforços são impulsionados por aquilo que habita nas profundezas inconsciente, são na verdade inúteis porque não correspondem ao ideal.... Assim você joga todo seu esforço fora como inútil.


É muito comum que esse ideal de reconhecimento ou produtividade não seja algo que você consiga definir, parece vago e esquisito quando você tenta pensar nele. Isso se deve ao caráter obscuro do complexo, ou seja, é como um iceberg que você só vê a ponta.


A parte mergulhada do complexo usualmente são coisas que você não quer ver porque são dolorosas e desagradáveis. Quem admitiria que se acha mais do que é como algo agradável?

E que justamente esse sentimento e pensamento que habita nas profundezas é algo que te faz sofrer tanto, é um encontro com a culpa em um primeiro momento. Mas no final é um encontro com a responsabilidade diante de você mesmo.


Claro que se você não tomar para si a responsabilidade sobre os caminhos que sua vida segue, esses caminhos serão escolhidos pelo "outro" sombrio dentro de você.


O destino permanecerá nas mãos de algo desconhecido dentro de você, que não pede sua permissão, não está sob seu controle, não é sua culpa, mas que fará você colher os frutos ou consequências dessas ações.


Em muitos casos o complexo descoberto não recebe a aprovação dos pacientes; ao contrário, tudo fazem para negar a existência dele ou, ao menos, para minimizá-lo. É importante do ponto de vista terapêutico que o paciente se autoconscientize, isto é, que chegue ao conhecimento de seus complexos, por isso é necessários levar isto em muita consideração e proceder com muita cautela e talo na consecução desse objetivo - Jung, Estudos Experimentais, parágrafo 1.351

Percebe que não adianta tirar férias, pensar positivo ou usar diversas técnicas de produtividade, manejo de tempo e recursos se são aspectos psicológicos que impedem você de usufruir de seus esforços.


Há algo de autônomo dentro de você que determina suas ações e normas próprias de conduta independente do que você pense sobre elas, na verdade, você se torna incapaz de pensar sobre isso, da mesma forma que alguém se torna incapaz de olhar para as próprias costas sem um espelho.


A função da terapia/análise é fazer esse papel de espelho, permitindo que você entre em contato e pense melhor a respeito daquilo que lhe controla, através da conscientização disso é possível a mudança, caso contrário permanecerá preso nesse ciclo de exaustão, cobrança e ansiedade.


A terapia/análise é capaz de fazer esse mergulho e acessar esses aspectos obscuros sobre você aos poucos, caso contrário esse algo dentro das sombras continuará determinando suas ações sofrendo esses sintomas.


Entre em contato clicando aqui, tire suas dúvidas e agende sua consulta para iniciar esse processo de mudança e transformação que te permite recuperar sua saúde e torna a vida mais leve.


Ricardo Sergio Backes Bertuol

Psicólogo, CRP 08/32882

 
 
 

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Ricardo Sergio Backes Bertuol

Psicólogo CRP: 08/32882

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