top of page

Qual o diferencial do método dialético na terapia?

  • Foto do escritor: Ricardo Backes
    Ricardo Backes
  • 6 de jan.
  • 3 min de leitura

Uma das grandes premissas do método dialético é que o analista ou psicoterapeuta/psicólogo está em um lugar de igualdade diante do paciente.


Não existe uma autoridade; ela só existe enquanto suposição, pois, se eu lhe atender, sou outro ser humano que tem seu próprio jeito de funcionar, tenho minhas próprias questões e, assim como você, tento dar conta dos meus próprios problemas.


O método dialético propõe que o analista deve receber todo o material que o paciente lhe apresenta com ouvidos bem abertos, ou seja, o funcionamento psicológico, que é único em cada pessoa, ocupa o primeiro lugar de importância, e a teoria ocupa um lugar secundário.


Costumo dizer para quem está começando a terapia: "Vou aprender com você como é ser você, como VOCÊ funciona." Veja, não há teoria sobre autoconhecimento, porque esse tipo de conhecimento é particular ao indivíduo.


O saber psicológico, a teoria, me conta sobre os aspectos gerais do ser humano, mas não me conta especificamente sobre você.


Quem vai me contar sobre você não são os livros, mas você mesmo!Quem vai interagir com você não é a teoria, nem a técnica, sou eu, enquanto analista e, acima de tudo, enquanto ser humano! É esse calor humano que torna a terapia transformadora e é nele que o método dialético tem sua base.


Por isso, a terapia é um lugar afetivo, não só no sentido de cuidado, mas um lugar para se ter emoções, falar sobre elas, falar sobre o que é importante, sobre o que faz sentido. É um lugar para o humor, quando este for pertinente; é o lugar para falar sobre o que você quiser, do jeito que você quiser.


São duas personalidades em contato genuíno, averiguando as questões do modo mais abrangente possível.


Isso resulta em algo muito interessante:


Eu NUNCA digo para meus pacientes o que eles devem fazer.


Claro, posso dar sugestões, mas não passam disso, pois o paciente segue essas sugestões se elas fizerem sentido. Eu mesmo odiaria uma terapia em que o meu analista me dissesse o que eu tenho ou não que fazer. Para mim, isso seria sufocante, e por isso tenho esse cuidado com meus pacientes.


Porque eu não sei onde as iniciativas de cada um irão levá-los, e não é minha tarefa dizer o que faz sentido para nenhum paciente.


Essa tarefa é de cada um de nós diante da própria vida.


Minha tarefa é ouvir, propor pontos e perspectivas diferentes, não como uma autoridade, mas como um companheiro nessa jornada de se conhecer melhor, de romper padrões, de tentar construir uma vida mais leve.


A teoria me ajuda a perceber melhor aspectos gerais do ser humano. É na teoria, em conjunto com o que você me diz, que apoiarei minhas devolutivas, que serão personalizadas e, de certo modo, artesanais, pois, muito provavelmente, só servirão para você. Se ditas a outra pessoa, poderiam ter um efeito completamente oposto! Ou seja, se tornariam um veneno.


Podemos pensar, por exemplo, em um novo ponto de partida que seja seu, um que não dependa nem de afirmar, nem de negar as expectativas dos pais, da família ou da sociedade. Pois, se você precisa negar ou afirmar essas expectativas com grande intensidade, provavelmente ainda está preso a elas.


Dessa forma, o método dialético é a construção gradual de um ponto de partida que é seu. A partir dele, você constrói toda uma diferença na sua vida, que no começo parece não ter importância ou impacto nenhum, mas que vai se acumulando com o decorrer do tempo e acaba transformando a vida de um modo profundo e duradouro.


Claro, não é nenhum milagre. E, se você quer um milagre em resultados, pode ser que o problema esteja te deixando muito assustado. Como o medo aumenta o tamanho do problema, você não deseja se demorar nele nem trabalhar nele, pois gostaria rapidamente de cortar o mal pela raiz e resolver a questão do modo mais rápido possível, o que é perfeitamente compreensível.

Não raro, quando lidamos com a questão de modo coerente às necessidades dela, você percebe que aquilo de que mais fugia era exatamente o que mais precisava para tornar a vida mais leve.


O grande ponto é que o método dialético é, no final das contas, a busca e a construção de uma resolução completamente individual e personalizada, porque essa resolução nasce de você. Esse nascimento requer calor humano, atenção, trabalho, dor, crescimento e, no fim, colhemos os frutos desse árduo trabalho, que, se tudo der certo, resulta em uma transformação na personalidade e na atitude diante das coisas.


A transformação que você realmente precisava, porque ela não é imposta por mim ou por você, mas nasce espontaneamente de quem você é e do que você precisa.


Quer mais informações ou agendar sua sessão? Clique aqui.

Comments


Contato

Quer agendar sua primeira sessão ou tirar dúvidas? Escolha sua opção:

Inscreva-se para receber atualizações exclusivas do blog

Obrigado(a)!

Ricardo Sergio Backes Bertuol

Psicólogo CRP: 08/32882

Psicoterapia online e presencial em Francisco Beltrão

bottom of page